Segundo o relatório anual do Fórum Econômico Mundial divulgado em 2019, a desigualdade de gênero só acabará em 2276. Já a diferença salarial global entre homens e mulheres é de 40%. E o que sua empresa tem feito para mudar este cenário?

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Protagonismo feminino

Trabalhar fora tem sido uma conquista gradativa para as mulheres – e de muito orgulho. Mas quais são os cargos que estão sendo ocupados por essas mulheres no mercado de trabalho? E – tão importante quanto – qual tem sido a remuneração por essas atividades?

De acordo com dados divulgados em março de 2019 pelo Ministério da Economia, 43,8% dos cargos de chefia são ocupados por mulheres. Mas a remuneração delas representa 69,8% do salário dos homens.

Por outro lado, o trabalho doméstico (como emprego) é predominantemente exercido pelo gênero feminino – e vale ressaltar um fator interseccional: a maioria são mulheres negras. Quanto às atividades domésticas (cuidar da casa e dos filhos), no entanto, continuam sendo “responsabilidade” feminina de modo geral.

Infelizmente, os dados demonstram uma realidade bastante conhecida por qualquer mulher que busca relevância no mercado de trabalho. Mas não dá para simplesmente aceitar que as coisas são assim e vão continuar sendo assim, certo?

Liderança feminina: o que impede a ascensão de mulheres aos cargos de gestão?

De acordo com a pesquisa “Global Attitudes Towards Gender Equality”, divulgada pela Ipsos em 2019, 27% dos brasileiros entrevistados indicaram que se sentiriam desconfortáveis se tivessem uma mulher como chefe.

Esse tipo de sentimento dificulta muito a evolução profissional feminina, mesmo que de forma indireta.

Alguém que tem pulso firme, objetividade e assertividade é visto como um líder nato. Mas só quando é um homem. Mulheres com essas mesmas características tendem a ser vistas como chatas, mandonas.

A remuneração inferior à dos homens também é um fator desestimulante. Se as qualificações e o preparo são os mesmos, por que as mulheres não ganham o mesmo que os homens que ocupam o mesmo cargo é a pergunta que fica.

A ascensão das mulheres nas empresas depende de uma mudança de cultura. E a empresa pode (e deve) ajudar nisso.

Como as empresas podem promover a liderança feminina?

As mulheres podem até gostar de flores e chocolates (quem não gosta?), mas elas gostam mais ainda de reconhecimento e valorização pelo seu trabalho.

Palestras

Debater esse tipo de pauta na empresa é fundamental. E não apenas um debate entre mulheres. Embora seja importante motivá-las e incentivá-las a buscarem cargos mais altos e melhores oportunidades, os homens precisam estar conscientes do seu papel (e de quanto reproduzem atitudes machistas sem perceber).

Na sociedade patriarcal em que vivemos, muitas situações acabam sendo naturalizadas. E isso é desgastante. Como a Ruth Manus, advogada, professora de Direito, escritora e speaker da Insperiência, observa no título de uma de suas palestras e em seu mais novo livro: Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas.

Com muito bom humor, Ruth gera identificação imediata entre as mulheres que conhecem bem as situações de machismo dentro e fora da empresa. E os homens também se engajam nessa luta que deve ser de todas e todos.  Afinal: por que uma mulher casada e com filhos é tão questionada sobre sua vida pessoal, como se fosse a única responsável pela família, enquanto essa não é uma questão para o seu marido? 

Ruth mostra que cobranças e culpa constante fazem parte do dia a dia das mulheres – o que, não por acaso, tende a gerar muita insegurança. Por isso, vale investir em referências de mulheres fortes, empoderadas… E reais. Mulheres que lutam, mas também precisam de descanso, como qualquer pessoa.

Gostou do conteúdo da Ruth Manus e quer levá-la para falar em sua empresa? Confira a página dela em nosso site e fale com a gente 🙂

Princípios de Empoderamento das Mulheres

Ciente do papel das empresas para o crescimento econômico e para o desenvolvimento humano, a ONU Mulheres e o Pacto Global criaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres. São eles:

1. Estabelecer uma liderança corporativa de alto nível para a igualdade entre gêneros;
2. Tratar todos os homens e mulheres de forma justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e a não discriminação;
3. Assegurar a saúde, a segurança e o bem estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras;
4. Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional para as mulheres;
5. Implementar o desenvolvimento empresarial e as práticas da cadeia de abastecimento e de marketing que empoderem as mulheres;
6.  Promover a igualdade através de iniciativas comunitárias e de defesa;
7. Medir e publicar relatórios dos progressos para alcançar a igualdade entre gêneros.

A cartilha completa explica cada um dos princípios com exemplos práticos e adequados ao contexto do Brasil. Confira aqui.