Liderança situacional: o que é e como aplicar em tempos de crise
Neste artigo, explicaremos o conceito de liderança situacional, suas principais características e vantagens de aplicá-la em momentos de instabilidade. Continue lendo e saiba mais sobre o modelo de liderança tão comentado atualmente!
Por aqui, sempre falamos sobre a importância do desenvolvimento da liderança nas empresas. Isso porque um bom líder é capaz de tomar decisões difíceis, gerenciar equipes e inspirar a contribuição de seus colaboradores. Um papel fundamental no dia a dia, e que toma uma proporção ainda maior em momentos de crise, quando as pessoas costumam perder o “norte”.
Além disso, a crise imposta pela pandemia do coronavírus trouxe à tona uma série de questionamentos, como: quais são as habilidades e competências necessárias neste novo contexto? O que é esperado dos profissionais que exercem cargos de liderança nas empresas?
O que há menos de um ano poderia gerar bons resultados, hoje talvez já não faça sentido. De que forma a liderança pode se manter gerando bons resultados para a empresa? A resposta, como veremos a seguir, tem a ver com adaptabilidade. Confira!
O que é liderança situacional e como aplicá-la
A teoria da liderança situacional foi desenvolvida por Paul Hersey e Kenneth Blanchard. O líder situacional, como o nome sugere, é aquele que age de acordo com cada situação, sendo capaz de se adaptar e alternar diferentes tipos de comportamento.
Mais do que definir um estilo de liderança e agir somente de acordo com o estilo estabelecido, o líder situacional reconhece que a melhor estratégia varia conforme cada situação se apresenta.
Para ajustar a maneira como lideram suas equipes, os líderes devem ser altamente sensíveis aos níveis de maturidade de seus colaboradores. Maturidade, nesse caso, tem a ver com o conhecimento e a competência de cada um, além da vontade de assumir responsabilidades.
Modos de liderança situacional
Direção: nesta fase, o líder deve ensinar o colaborador a execução de determinada tarefa, acompanhando o desenvolvimento até a conclusão. Existe um direcionamento até que o colaborador tenha plena confiança para executar a atividade sozinho.
Orientação: este estilo de liderança ocorre quando o líder mostra a tarefa, explica a importância e oferece uma supervisão das demandas. O líder pode contribuir com novas ideias e consultar seus colaboradores em pautas que a liderança decidirá em seguida. Esse tipo de liderança motiva os funcionários, ao perceberem que suas habilidades contribuem para o desenvolvimento das atividades da empresa.
Apoio: neste momento, o líder passa a ocupar um papel mais de apoio e menos de supervisor. Ele estimula o colaborador a adquirir confiança e segurança na realização de tarefas, a buscar aprendizado e desenvolver suas habilidades de forma contínua.
Delegação: representada pela autonomia e liberdade, a liderança de delegação implica pouco apoio e pouca supervisão, uma vez que o colaborador já tem conhecimento e confiança suficientes para exercer suas atividades. Inclusive, muitas vezes a pessoa tem autoridade para tomar certas decisões e fazer mudanças.
Como entender a maturidade do liderado
Os diferentes tipos de liderança propostos acima são indicados de acordo com os níveis de maturidade de cada funcionário. Segundo a teoria da liderança situacional, existem 4 níveis de maturidade, que devem ser reconhecidos pelo líder:
Primeiro nível: os liderados são novos na tarefa e não têm conhecimento, habilidades e disposição para conclui-la. Possuem baixíssima autoconfiança.
Segundo nível: os liderados já possuem uma certa experiência na realização da tarefa, estão dispostos e motivados. Entretanto, ainda necessitam de apoio.
Terceiro nível: os membros do grupo têm as habilidades e são capazes de concluir a tarefa, mas não estão dispostos ou motivados a assumir responsabilidades.
Quarto nível: os liderados são altamente qualificados e motivados a concluir a tarefa com autonomia.
Combinação dos modos de liderança com os níveis de maturidade
De acordo com a teoria de Hersey e Blanchard, os modos de liderança e os níveis de maturidade dos liderados se relacionam da seguinte forma:
- Primeiro nível de maturidade: Liderança de direção
- Segundo nível de maturidade: Liderança de orientação
- Terceiro nível de maturidade: Liderança de apoio
- Quarto nível de maturidade: Liderança de delegação
O que o líder situacional deve fazer?
A liderança situacional apresenta uma flexibilidade do líder ao identificar diferentes níveis de maturidade e agir de acordo com essa avaliação. Em outras palavras, o líder deve dominar diferentes estilos de liderança e adequá-los ao momento dos seus colaboradores diante de cada tarefa. Afinal, mesmo um funcionário mais antigo e extremamente competente pode ter dificuldades para exercer determinadas tarefas, assim como uma pessoa mais nova na equipe pode rapidamente conquistar autonomia em algumas demandas.
Desta forma, cabe ao líder situacional:
- Conhecer cada pessoa da equipe individualmente;
- Ajustar seu estilo de liderança de forma eficaz e adequada ao nível de maturidade do colaborador ou da equipe;
- Auxiliar no desenvolvimento de sua equipe para que cada um atinja o nível mais alto de maturidade.
Por que aplicar a liderança situacional em tempos de crise
Os motivos para adotar a liderança situacional na sua empresa são variados. Aliás, muitos deles já devem estar evidentes após a explicação da teoria desse tipo de liderança. No entanto, ter a capacidade de mudar, reavaliar e transitar entre diferentes abordagens é a principal razão pela qual a gente trouxe o tema para debate. Em um mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) como o nosso, a adaptabilidade é uma característica imprescindível para líderes e liderados.
Também é importante frisar que os colaboradores das empresas tendem a se espelhar em seus líderes. A “liderança pelo exemplo”. Uma vez reconhecida a capacidade de seus líderes se adaptarem de acordo com cada situação, os colaboradores reproduzem esse comportamento. É claro, a empresa só tem a ganhar ao incentivar formas amplas, abrangentes e criativas de enxergar os desafios. Além disso, esse modelo de liderança aumenta os níveis de produtividade e melhora os processos internos, incentivando o trabalho em equipe e a busca pelo desenvolvimento contínuo.
Em resumo, é preciso que a liderança esteja preparada para agir de acordo com as rápidas mudanças no negócio, no mercado e no mundo. Dançar conforme a música, como diz o ditado.
Em um momento que exige agilidade, a liderança situacional provoca bons insights para líderes de todos os tipos. Além de mostrar aos mais engessados que mesclar diferentes abordagens pode trazer melhores resultados do que fixar um estilo único de liderança.
E você, o que pensa sobre o assunto? Estamos curiosos para saber a sua opinião sobre liderança situacional! Deixe seu comentário abaixo e vamos conversar. ♥